quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Zanda

Que sentimento é esse; 
Que me arranca dos sonhos mais deleitosos; 
E me joga na frieza cruel da realidade; 

Que traz suspiros sem fim;
E arrepios sem motivo; 
Como fosse a morte a me rondar.

Quisera eu, novamente aquele abraço forte; 
E o perfume que se mistura ao cheiro de cigarro; 
Me provocando, me chamando, quase um insulto! 

Ah, de quantas preces preciso? 
Para tocar novamente nos teus cabelos; 
Ou ouvir tua voz me chamando de sonho bom? 

Ou então, sentir tua respiração ofegante; 
E tocar os labios semi abertos; 
Mas sem te beijar, só pra te provocar?

Acho que acabo de descobrir; 
O nome de sentimento tão destruidor; 
É a flor negra chamada saudade; 
Que vem nas asas do demônio chamado solidão.

Marcio Rodrigues

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Acreditar

Ah, meu amigo
Dessa vida nada se leva.
Sofre tanto,
Que esquece dos bons momentos.
Ameaça desacreditar
Só porque uma prece
Não lhe foi atendida.
Perde toda a esperança que lhe resta
Quando suas bases cedem.
Amaldiçoa todos os relacionamentos
Porque choraste em um .
Mas assim como a nova estação,
Novos olhares,
Novos sabores,
Novos devaneios
Também virão.
Só lhe peço uma coisa, meu amigo.
Mantenha a fé no amor.
Ele sempre renasce.

Lola Candeias

De Ontem

Tenho que confessar: doeu um pouco.
Te ver assim, diante de mim,
Depois de tanto tempo.
Já havia me esquecido
Da suavidade do teu toque
E do teu hálito de bala de morango.
Teu riso, sempre largo
Sempre sincero
Ainda é o mesmo, desde a primeira vez.
Tuas bochechas coradas
(pela vergonha de me ver ali, tão perto)
Me faziam rir por dentro
Por imaginar que você estivesse sentindo o mesmo.
Tua fala embolada,
Tuas piadas sem graça
Me fizeram rir
Como eu nunca havia rido delas antes.
Não estava no meu roteiro
Ficar assim, nervosa.
Já havia planejado em como agir
Totalmente natural.
Mas não consegui ser eu mesma.
Quando nossos olhares se cruzaram,
Só conseguia sentir por dentro
A vontade de estar ao teu lado de novo,
De poder repousar no teu colo
- o melhor que já deitei -
Mas deixei escapar.

Lola Candeias